Mundo Festival abre-se para curtas experimentais no fim de semana
Por: ZondaBez
Antes das atrações musicais do Festival Mundo deste ano subirem ao palco do espaço montado no Conventinho (Centro Histórico de João Pessoa) nos dias 14 e 15 próximos, acontece entre 16h e 18h no Espaço Lounge do festival, uma mostra de filmes curtos, marcadamente experimentais, brasileiros e estrangeiros, (des)organizados sob o tetema geral “cinema e música”. A curadoria e apresentação ficam por conta de Zonda Bez, do Tintin Cineclube, que ano passado organizou a mostra retrospectiva do vídeo musical paraibano também para o festival. O projeto tem apoio da ABD-PB e recebe nas duas sessões convidados especiais para divagar sobre o tema junto com o público.
A música sempre esteve associada ao cinema mesmo no tempo em que o filme era mudo. Orquestras, cantores ou mesmo discos de acetato embalavam as sessões nas primeiras décadas do século 20. Com a chegada do som no final dos anos 20, a história do cinema muda completamente: a transgressão que já era possível nas imagens, especialmente com os artistas europeus da vanguarda, agora se alarga para o som, e a música mantém um papel fundamental na demarcação dos espaços ficcionais e documentais da linguagem cinematográfica. Desde então, a relação é ampla e as possibilidades de aproximação e afastamento são várias, indo dos vídeos ficcionais aos videoclipes – a essência da relação imagem e música na indústria cultural.
Nas duas tardes do festival serão apresentadas experiências sonoro-visuais de artistas da vanguarda dos anos 20, como o alemão Hans Richter e o holandês Joris Ivens, passando ainda por uma proposta de trilha sonora para os curtas dos primeiros tempos do cinema com música de artistas paraibanos. Um dos pontos altos será a exibição de “Big Ben”, documentário do também holandês Johann van der Keuken, sobre o saxofonista americano Ben Webster. Além dos filmes, videoclipes de nomes conhecidos como Michel Gondry e Spike Jonze serão exibidos.
Do Brasil, entre as ficções, destaque para “Vinil Verde”, de Kleber Mendonça Filho, que tem numa música infantil o mote para uma história bastante bizarra; e o paraibano “O cão sedento”, de Bruno de Sales, cuja trilha sonora foi composta especialmente para o filme – caso raro em curtas-metragens nacionais; e o curta “Epiphanie”, de Gabriela Caldas, que reverência, na era digital, a estética e a musicalidade dos filmes mudos.
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