segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Portal DoSol

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Por Foca, João Pessoa/PB

A expectativa de público para o segundo dia de shows do Festival Mundo acabou se concretizando e cerca de 600 pessoas apareceram para conferir a programação. Não consegui ver nem o Cerva Grátis que abriu os trabalhos e nem a Cabruêraque encerrou o festival, dois grupos paraibanos. A sonorização do espaço, problema detectado na noite anterior, melhorou bastante no segundo dia e todos os grupos tiveram condições de mostrar o seu melhor.

Elmo (PB) é uma banda que faz um hardcore melódico mais roqueiro e que sai na frente de muitas bandas do estilo por ter um vocalista afinado (calo de 90% das bandas desse estilo musical). Para quem gosta de Dead Fish pode ir fundo no som do grupo que vai gostar. A semelhança com a banda capixaba é tão grande que chega a incomodar. Pro Elmo dar um passo a frente seria bom ter a banda como influência mas tentando sempre achar um caminho mais próprio. Fica o toque.

Nublado (PB) entrou no palco propondo melodias, guitarrinhas espertas e letras bem sacadas no seu som. Até certo ponto conseguiu dar bem o seu recado mas ficou faltando maior segurança do vocalista do grupo que parecia estar incomodado com sua própria voz (inseguro). Além das músicas próprias ainda mandaram uma do Artic Monkeys e do Superguidis no final, a primeira cantada pelo baixista e a segunda pelo baterista Rayan (um dos organizadores do festival). Acho que seria um bom caminho se o baixista assumisse os vocais de vez proNublado ser um grupo ainda melhor e mais coeso.

Garfo (CE) foi mais um grupo a subir defendendo as cores do “Clube Das Boas Bandas Instrumentais Sem Chatice”. O trio cearense faz um espécie de loop dançante tocado ao vivo com os temas bem repetitivos e se completando entre si. No show do Festival Mundo o guitarristica Vitor não estava num dos seus melhores dias (devia ser a garrafa de vodka que estava em cima do palco) mas mesmo assim foi bem divertido. Uma dica para qualquer banda de rock instrumental é a seguinte: falar pouco com a platéia. Rola uma conexão e uma vibração entre o som e o público e se a banda se comunica de maneira direta muitas vezes “dá um quebrada no encanto”.

Sweet Fanny Adams (PE) fez o melhor show do Festival Mundo. Vou dar um “Control C + Control V” na resenha do show do Boom Bahia que vai servir para o Festival Mundo também. Não tem muito para acrescentar ao que vocês já leram por aqui em outras coberturas sobre a banda. O grupo tem força, boas músicas, bons timbres e está azeitado por uma séria de apresentações Brasil afora. Show muito bom.

O Burro Morto (PB) era a atração que mais estava curioso para ver na  programação do festival e não decepcionei. O grupo parece ter saído de um interior remoto no meio do período hippie para fazer um som instrumental que se forma com grooves de bateria e percussão meio africanos deixando as frases, temas e climas para a guitarra, o teclado e a escaleta. Viajei mesmo sem as drogas. Excelente show para uma casa já bastante cheia. O mais legal de tudo é saber que  Festival Mundo teve quatro bandas instrumentais na sua programação e que as quatro tiveram propostas totalmente diferentes ente si e todas funcionaram muito bem. Foi o charme do evento na minha opinão.

Mundo deu um passo a frente, se adequou, abriu novos leques de possibilidades, cresceu em público e a tendência é uma solidificação bem vinda para a cena paraibana (que também vai receber na cidade o Aumenta que é Rock daqui a 15 dias). Parabéns a todos os envolvidos.

http://www.dosol.com.br/2008/10/20/como-foi-festival-mundo-joao-pessoa-pb-segundo-dia/

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